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sábado, 15 de março de 2014

Gênero e poder no Brasil Imperial

O Jovem Pedro de Alcântara aos 14 anos.

  Na Constituição de 1824, em seu artigo segundo, determina que a assembleia geral composta de 50 Senadores e 102 Deputados Gerais estabelecendo os Poderes executivo, legislativo, judiciário e moderador sendo o imperador era o chefe dos poderes executivo e moderador, além da presença dos partidos conservador e liberal. Havia uma crise econômica dentro do império brasileiro,o governo central desejava conter as revoltas sociais, as províncias reivindicavam cada vez mais poder e para resolver a situação, então foi preciso ocorrer uma medida para acalmar os ânimos das elites e da população, a medida que as autoridades regentes decidiram foi a antecipação da maioridade de Pedro de Alcântara, pois assim o Brasil voltaria a ter um poder forte e centralizado. 
 O Segundo Reinado iniciou-se com a declaração de maioridade de D. Pedro II, realizada no dia 23 de julho de 1840. Na época, o jovem imperador tinha apenas quatorze anos de idade e só conseguiu ocupar o posto máximo do poder executivo nacional graças a um bem arquitetado golpe promovido pelos grupos políticos liberais. Até então, os conservadores (favoráveis à centralização política) dominaram o cenário político nacional. Para contornar as rixas políticas, D. Pedro II contou com a criação de dispositivos capazes de agraciar os dois grupos políticos da época, os liberais e conservadores, tendo origem em uma mesma classe socioeconômica na qual barganharam a partilha de um poder repleto de mecanismos onde a figura do imperador aparecia como um “intermediário imparcial” às disputas políticas. Ao mesmo tempo em que se distribuíam ministérios, o imperador era blindado pelos amplos direitos do irrevogável poder moderador.
Coroação de D.Pedro II por François René.
  A situação contraditória, talvez de maneira inesperada, configurou um período de relativa estabilidade. Depois da Revolução Praieira, em 1847, nenhuma outra rebelião interna se impôs contra a autoridade monárquica. Por quê? Alguns historiadores justificam tal condição no bom desempenho de uma economia impulsionada pela ascensão das plantações de café. No entanto, esse bom desempenho conviveu com situações delicadas provindas de uma economia internacional em plena mudança. No Segundo Reinado. As cidades se modernizaram, a navegação a vapor agilizou o transporte de pessoas e de mercadorias. Inaugurou-se a primeira ferrovia, e a energia elétrica foi utilizada para iluminação das ruas e apesar destas mudanças o império encontrava-se uma crise interna. Em substituição as associações dos liberais radicais surge o clube republicano em 1870 no Rio de Janeiro que começava a ganhar apoios das províncias de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.

FONTE BIBLIOGRÁFICA:


BARMAN, Roderick J. Princesa Isabel do Brasil: Gênero e poder no século xix. São Paulo: UNESP, 2005.
____. Revista de História da Biblioteca Nacional: Dossiê Princesa Isabel. As duas faces de uma princesa, Rio de Janeiro, ano 7, nº 80, p.18-21, maio 2012. 
VIEIRA, Hermes. Princesa Isabel: Uma Vida de Luzes e de Sombras, Editora Novos Ensaios Brasileiros, 3ª ed., São Paulo, 1990.

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